O ciclo da vida é universal e imutável. Chega a todos nós, na hora que deveria chegar.
Nós nascemos, crescemos, desde criança até nos tornamos jovens, adultos e depois envelhecemos, com a velhice surgem dificuldades…
Indefeso…
Amados, mimados, protegidos até nos mínimos detalhes: assim somos quando somos pequenos: nos aquecem quando temos frio, nos dão comida quando temos fome, nos dão água quando bate a sede, antes mesmo de sabermos que estamos sentindo isso.
O ser humano não é como os outros animais, que praticamente no momento do nascimento podem se defender sozinhos, dentro de certos limites. O “filhote” humano fica totalmente desamparado e morre se não encontrar esse suporte vital em seus anos iniciais de vida.
Isso o marca profundamente: a relação com os pais que se estabelece nessa fase marcará profundamente o futuro daquele filho.
Segurança
À medida que crescemos, podemos não depender vitalmente de nossos pais, mas dependemos, em maior ou menor grau, emocionalmente.
Somos pais e filhos até o dia em que deixamos este mundo, embora as relações que estabelecemos mudem de forma e caráter.
O que procuramos quando os golpes da vida nos atingem? Provavelmente estamos procurando uma palavra da mãe, algum conselho do pai, uma refeição em casa. Nos sentimos seguros lá, embora sejamos grandes e autossuficientes.
Dentro de nós, continuamos a ver essas duas pessoas, talvez já com os cabelos grisalhos, como a força, segurança e sabedoria que sempre foram.
No entanto, o tempo passa… e é cruel.
Dor
Não é fácil reconhecer que os anos se somam na nossa pele, nos nossos olhos, no nosso entendimento.
E talvez mais difícil seja aceitar o que acontece com nossos pais.
Isso machuca
Quando essas pequenas limitações começam a aparecer, fingimos que não as vemos. Nós os culpamos por não nos terem passado uma mensagem porque não se importam, quando na realidade é a sua memória que começou a falhar.
Perdemos a paciência quando nos pedem para repetir coisas e queremos pensar que não prestaram atenção, quando na realidade não ouvem bem, não podem prestar tanta atenção.
Embora nos recusemos a avaliar os sintomas óbvios de deterioração, no fundo sabemos o que está acontecendo: nossos super-heróis entraram em um declínio adequado à idade.
Funções alteradas
É muito difícil para o ser humano enfrentar as mudanças, principalmente se elas têm a ver com nossos pais.
Quando começam os problemas físicos, como doenças cardíacas, hipertensão, dificuldade para comer, tocamos a situação com angústia e preocupação. Não são apenas os nossos pais que estão a mudar, mas a própria relação mudou e temos de passar de uma função de dependência a uma função de apoio e, em muitos casos, de provisão.
Aos poucos, passamos a protegê-los emocionalmente também. Dizemos a eles que está tudo bem no trabalho ou financeiramente, mesmo que estejamos no meio de uma crise, da mesma forma que eles fizeram malabarismos para nos trazer o brinquedo que queríamos.
Nossos problemas de relacionamento já ficam conosco ou com nossos amigos, mas não os compartilhamos com eles. Por que incomodá-los?
Lentamente, os papéis se inverteram. Não é da noite para o dia, não é fácil, mas acontece. De filhos, nos tornamos pais. Nos preocupamos se eles dormem bem, se tomam seus medicamentos, se comem o que deveriam comer e evitam o que deveriam evitar. Nós os acompanhamos se eles tiverem que ir a algum lugar.
Complicação
Essa inversão de papéis não é fácil para nenhuma das partes e tem uma complicação adicional, pois os pais relutam em desistir do papel que sempre tiveram.
Há também outro aspecto importante que não pode ser ignorado: a passagem do tempo pode afetar a autoestima de nossos pais e não é fácil para eles aceitarem que não podem fazer o que faziam ou que precisam de medicamentos e apoio de vários tipos.
A atitude geral deve ser de acompanhamento e compreensão, entendendo o momento que estão passando e o que sentem naquele momento: desamparo, raiva, decepção.
Também é essencial levar em consideração os desejos de nossos pais quando eles forem mais velhos, para entender o que é importante e significativo para eles. Mantenha-os atentos à sua saúde, não os limite além do estritamente necessário.
Aceitar
Como em nossas vidas, o diálogo deve ser uma arma essencial. Saiba o que eles pensam, o que sentem, o que realmente esperam de nós. Esteja disposto a ouvir as histórias já conhecidas, com paciência e amor.
Devemos também ouvir a nós mesmos e não permitir que a situação nos oprima e nos restringe em nossa vida. Isso implica também aceitar momentos de tristeza, nos permitir chorar e momentos de fraqueza.
Só li verdade nessa publicação, e me emocionei bastante com cada paragrafo pois vivi todas essas coisas com minha mãe, teve Alzaimer passou 3 anos totalmente dependente, não conhecia mais ninguém nem os próprios filhos😭😭😭 uma situação muito dificil. Mais teve todo o amparo amor e carinho me dediquei a ela pois era o meu dever de filha retribuir todo cuidado, amor, carinho e dedicação que tive quando criança. Hj sinto saudades nunca remorsos, sempre fiz o possível e o impossível por seu bem estar. Pena que isso não acontece com todos, triste realidadeeee😭💔
Simplesmente parabéns! Farei o mesmo. Deus abençoe vc e eu..
Amei, gostei muito ✋❤️
A verdade mais pura e bonita. Todos tivemos pai e mãe.