Shikata ga nai: A arte de deixar as coisas acontecerem de acordo com a antiga sabedoria japonesa

É a arte de saber deixar as coisas acontecerem e se chama Shikata ga nai.

A cultura oriental, além de nem sempre ser facilmente traduzível segundo os modelos ocidentais comuns, às vezes nem é fácil de explicar.

Neste artigo falamos de uma filosofia existencial, um estilo de vida, que consegue aliar um sentido de tudo não só baseado nas coisas materiais, com uma atitude consciente baseada na tradição oriental.

Em japonês significa literalmente “não há nada a fazer”, e surgiu com força após o trágico tsunami de 2011.

Não é, como pode parecer à primeira vista, sinônimo de resignação ou elogio à impotência, mas de plena consciência diante de acontecimentos que não podem ser controlados.

E, ao mesmo tempo, a capacidade de reagir, a partir da consciência de que a vida também pode nos reservar aspectos duros, dramáticos, que não podem ser evitados, mas podemos aprender a lidar com eles.

Imersos na ética da realização e do sucesso a todo custo, a filosofia japonesa nos convida a abraçar a vulnerabilidade humana e seguir em frente, com coragem e sempre respeitando a vida.

O convite que emana desta simples expressão é abraçar o próprio sofrimento para encontrar os recursos internos capazes de nos levar adiante.

Não uma admissão de entrega, como a entendemos diante de acontecimentos fatais, mas sim uma explosão feita de lágrimas, mas também de amor, de dor acompanhada de esperança.

Candice Kumai em seu livro “A arte japonesa de nutrir mente, corpo e espírito” sugere algumas ideias para praticar e abordar esta filosofia.

Saber pedir ajuda:

Um convite a não se considerar onipotente e infalível, mas também, segundo a cultura oriental, baseada numa visão imaterial da existência, a recorrer às mãos do mundo espiritual.

Cuide-se:

Como atitude global e como riqueza de ideias, preparação, capacidade de enfrentar situações até difíceis e muito duras.

Um tesouro cultural e uma visão de vida repleta de ideias e valores em que o sucesso material é apenas uma parte e não o fim.

Não se compare aos outros: evite, portanto, o sutil sentimento de inveja misturado com ressentimento que pode surgir em momentos difíceis. Cada pessoa é única e tem um caminho individual para percorrer.

Estamos todos num barco comum. É importante observar e se inspirar, é prejudicial querer ser igual a qualquer custo.

Saber como mudar a perspectiva:

Ser flexível e desapegado, saber refletir e entender se tomou um caminho errado. Nada acontece por acaso, no sentido de que tudo traz consigo algo que pode nos transmitir ensinamentos e experiências.

Palavras cheias de significado, conceitos que devem ser lidos e meditados.

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